39 DEDOS

No seu livro “Dedo mindinho e seus vizinhos”, o paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gold escreve que os primeiros animais de quatro patas tinham entre sete e nove dedos. Com o tempo, os dedos foram se estabilizando em cinco. Por que? Ele brinca. Talvez para tocar piano e teclar computador. Alguns animais hipertrofiaram o dedo central, como o cavalo, que parece ter apenas um dedo. Por dentro do casco, há ossos correspondentes aos outros dedos. Alguns outros animais, como a cabra, reduziram os cindo dedos para apenas dois. Outros ainda usaram os cinco dedos como armação para asas, como os morcegos. As aves, por exemplo, transformaram os membros superiores em asas. Sempre achei mãos e pés partes muito estranhas do corpo. Eles destoam da simetria. Temos dois olhos, duas orelhas, a boca com dois lados iguais, duas glândulas mamárias, dois braços, duas mãos, duas pernas e dois pés. No entanto, mãos e pés têm cada um cinco dedos e cada um diferente do outro. Será que Deus montou a gente com peças de dois corpos? E não apenas. Dedos adicionais podem aparecer numa criança como se existissem potencialmente e não quisesse aparecer. Esta mulher indiana tem seis dedos em cada mão (o que não é muito raro de acontecer) e dezenove dedos nos pés. Um com 10 dedos e outro com 9. Agora que é adulta alguma cirurgia pode corrigir essa anomalia? Os pés são fundamentais. Ao se adaptarem a caminhadas, ele perderam a capacidade de agarrar e libertaram as mãos, a coluna vertebral e o cérebro.

O COISINHA DA ECOLOGIA

 Eu atravessava a rua. Em sentido contrário, vinha um senhor com um chapéu. Encontramo-nos no meio da rua. Ele me olhou e continuou. Na calçada, ele gritou para mim: “Ei, você não é o coisinha da ecologia?” E retornou. Ele começou a conversar comigo no meio da rua. Sugeri que caminhássemos para uma das calçadas. Então, ele insistiu: “É você que é o coisinha da ecologia? Já te vi na televisão.” Respondi que era por aí. Então ele me disse que havia muita barata na sua casa e me pedia uma orientação. Pensei na hora que eu passei mais de 40 anos da minha vida tentando colocar a questão ambiental em alto nível e que, em poucos minutos, um estranho me reduzia a mata-baratas.