Arthur Soffiati
Na segunda metade do século XIX, as estradas de terra ou pavimentadas com pedra e os canais de navegação começaram a ser substituídos pelas ferroviais. A região mais beneficiada por esse meio de transporte, que já predominava na Europa e nos Estados Unidos, correspondia ao Sudeste de hoje. As províncias (hoje estados) mais atendidos foram Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. Um mapa da rede ferroviária do Sudeste, datado de 1899 (já na República), mostra a pujança do sistema.
Mappa geral das estradas de
ferro dos estados do Rio de Janeiro, S. Paulo e Minas Geraes - 1899
Campos foi um centro ferroviário.
Dela partiam ou a ela chegavam as ferroviais Vitória-Rio de Janeiro, Carangola
(ligando Campos ao noroeste fluminense e sul de Minas Gerais pela margem
esquerda do rio Paraíba do Sul), Santo Amaro (Campos-Santo Amaro),
Campos-Atafona, Campos-Zona da Mata Mineira.
Este seguia adiante, passando em Baltazar, Santo Antônio de Pádua e Paraoquena, onde um ramal se dirigia a Miracema. A ferrovia seguia em direção a Cisneiro onde se ramificava. Para o norte, dirigia-se a Palma, onde foi construído um túnel sob formação montanhosa. Esse braço dirigia-se a Santa Luzia, com ramais planejados. A outra ramificação seguia em direção a Cataguazes, também com entroncamentos e trechos planejados.
Detalhe do mapa de 1899 com o
trecho examinado em azul
Essa rede monumental e que tanto
investimento em recursos financeiros, humanos e materiais acabou abandonada e
substituída pela rede de rodovias. Hoje, sabemos que a ferrovia permite o
transporte mais seguro de cargas com custos mais reduzidos e com impactos
ambientais bem menores que o transporte rodoviário. Quem visita Palma tem uma
visão melancólica ao encontrar os restos mortais de uma rede que foi pujante no
passado. Aliás, em todos os lugares em que restaram ruínas das ferroviais.
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