“Intelectual por vocação e ofício, ecólogo militante, pioneiro da área de História Ambiental no país, Soffiati é um carioca radicado em Campos. Ser multiativo e multidisciplinar combina bem com o camaleônico Arthur Soffiati, que também é crítico de cinema e escritor. Colunista Arthur ao repassar a coluna para sua rede de e-mails, jornais locais entre outros artigos, é dotado de variações de identidade exercidas com naturalidade de quem é filho e neto de Aristides Arthur”.
segunda-feira, 23 de junho de 2025
O MESMO FENÔMENO CLIMÁTICO EM DOIS LUGARES DO MUNDO
Chuvas e inundações deixam milhares de desalojados
Arthur Soffiati
Li, recentemente, uma reportagem de jornal sobre enchentes. Seu teor é o seguinte:
“As intensas chuvas que assolaram a Região Sul neste mês de junho afetaram muitas pessoas e obrigaram à retirada de residentes. Numa das zonas mais afetadas, as chuvas provocaram inundações de até três metros de altura, deixando metade das estradas locais intransitáveis. Imagens divulgadas pela televisão mostram ruas cobertas de lama e vizinhos e voluntários trabalhando na sua limpeza. A situação também é crítica em outras partes onde se registrou a maior enchente desde o começo dos registros. Quatro pessoas continuam desaparecidas depois de ficarem presas numa garagem subterrânea inundada. As autoridades retiraram centenas de pessoas em vários municípios. Uma creche ficou completamente inundada e foi necessário transportar 500 crianças em jangadas. O governo do estado enviou equipes técnicas para zonas de alto risco e pediu às prefeituras que reforçassem a vigilância e a evacuação preventiva de áreas vulneráveis. Especialistas locais têm alertado nos últimos anos que as alterações climáticas podem aumentar a frequência de fenómenos meteorológicos extremos na região”.
Esta nota poderia se aplicar perfeitamente ao Rio Grande do Sul, que volta a sofrer, em junho de 2025, chuvas e inundações tanto na bacia do rio Guaíba quanto na do rio Uruguai. Dificilmente uma pessoa de nível médio, individualista e imediatista, leria essa nota. Mas um leitor atento e interessado teria interesse na notícia. Só que ela não se refere ao Rio Grande do Sul, e sim a chuvas e inundações na China, como mostra a notícia abaixo, esta sim, a verdadeira. Ela foi publicada no periódico “Hoje Macau” no dia 19 de junho de 2025. Macau pertenceu aos portugueses, voltando ao domínio chinês em 1999. O português ainda é falado e escrito na cidade.
Chuvas e inundações deixam dezenas de milhares desalojados
“As intensas chuvas que assolaram várias regiões do sul e centro da China desde o início da semana passada afectaram pelo menos 300.000 pessoas e obrigaram à retirada de dezenas de milhares de residentes, sobretudo na província de Guangdong. Na vila de Huaiji, uma das zonas mais afectadas, as chuvas provocaram inundações de até três metros de profundidade, deixando metade das estradas locais intransitáveis. Imagens divulgadas pela televisão estatal mostram ruas cobertas de lama e vizinhos e voluntários a trabalhar na sua limpeza. A situação também é crítica em outras províncias do centro e leste do país, como Hunan, onde o rio Lishui registou a sua maior cheia desde 1998. Na vila de Longshan, quatro pessoas continuam desaparecidas depois de ficarem presas numa garagem subterrânea inundada. Na província vizinha de Hubei, as autoridades retiraram centenas de pessoas em municípios como Hefeng e Laifeng. Neste último, uma creche ficou completamente inundada e foi necessário transportar 500 crianças em jangadas, informou o jornal The Paper. O Ministério dos Recursos Hídricos enviou equipas técnicas para zonas de alto risco e pediu aos governos locais que reforçassem a vigilância e a evacuação preventiva de áreas vulneráveis. Especialistas locais têm alertado nos últimos anos que as alterações climáticas podem aumentar a frequência de fenómenos meteorológicos extremos no país asiático”.
A notícia imaginada não é mentira. Ela apenas procura mostrar como existem situações similares no mundo, reforçando cada vez mais que as mudanças climáticas são reais e atingem os quatro cantos do planeta. Vivemos na era planetária.
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