terça-feira, 3 de agosto de 2021

CRISE AMBIENTAL DA ATUALIDADE

 La Voz de Galicia 02/08/2021


Nos primeiros días da vida, as bacterias aeróbicas, profundas nos océanos, producían unha atmosfera adecuada para a multiplicación e diversificación dos seres vivos. Foi un cambio climático importante que favoreceu os organismos aerobios e produciu unha retracción dos organismos anaerobios.

Millóns de anos despois, unha nova especie animal revelou unha gran capacidade para producir adaptacións extracorpóreas (a cultura no seu conxunto) e alcanzar un alto nivel de conciencia. Esta especie, autodenominada Homo sapiens, gañou un gran dominio sobre a Terra no Holoceno (últimos dez mil anos), domesticando plantas e animais, creando agricultura e pastoreo. Desenvolveu a arte do tecido e da metalurxia; dividiu as sociedades en gobernantes e gobernou, inventou a cidade; explorou a natureza máis alá dos seus límites.

Esta exploración, nalgunhas civilizacións, provocou crises ambientais. En xeral, tales crises eran locais e case sempre reversibles. A partir do século XI, unha destas civilizacións, a occidental, inventou a economía de mercado que, a partir do século XV, comezou a dominar o mundo coa súa expansión. O planeta foi occidentalizado, dando lugar ao que se chama globalización. Occidente non só chocou con outras sociedades, senón tamén coa natureza.

Vivimos hoxe nunha crise ambiental sen precedentes no Holoceno e na historia da vida. Crise de proporcións globais e quizais irreversible. Esta crise maniféstase polo cambio climático derivado das actividades económicas; polo empobrecemento da biodiversidade; ao acelerar os ciclos de fósforo e nitróxeno; por uso excesivo e contaminación de auga doce; pola acidificación e contaminación oceánica; pola contaminación do aire e do solo; pola destrución dos ecosistemas forestais; pola gran produción de obxectos de plástico desbotables; para a impermeabilización dos solos e para a construción de grandes cidades que invaden zonas de risco en elevacións, nas beiras dos ríos e nas beiras dos océanos.

Mantendo a economía de mercado ao seu ritmo acelerado actual, a crise manifestarase cada vez con máis intensidade, como se viu en 2021 no Círculo Antártico, no centro-sur de América do Sur, nos Estados Unidos e Canadá, no noroeste de Europa, Grecia e Turquía, Siberia, China e Xapón. Ocupando parte de Europa, Galicia non está exenta de catástrofes causadas por unha economía globalizada, como xa se pode ver en relación ás flutuacións climáticas, o desbordamento dos ríos e o avance do mar sobre a costa zona.

A economía de mercado ten algunhas alternativas, como un automóbil que sae dun penedo: avanzar e caer no abismo; de súpeto afunde o pé no freo, provocando un envorco ou frea suavemente o vehículo para cambiar de rumbo.

 

Nos primórdios da vida, bactérias aeróbicas, no fundo dos oceanos, produziram uma atmosfera apropriada para a multiplicação e diversificação dos seres vivos. Foi uma grande mudança climática que favoreceu os organismo aeróbicos e produziu a retração dos organismos anaeróbicos.

Milhões de anos depois, uma espécie animal nova revelou grande capacidade de produzir adaptações extra-corporais (cultura, em seu conjunto) e de alcançara alto nível de consciência. Essa espécie, autodenominada de Homo sapiens, ganhou grande domínio sobre a Terra no Holoceno (últimos dez mil anos), domesticando plantas e animais, criando a agricultura e o pastoreio. Desenvolveu a arte da tecelagem e da metalurgia; dividiu as sociedades em dominadores e dominados, inventou a cidade; explorou a natureza além de seus limites.

Essa exploração, em algumas civilizações, provocou crises ambientais. No geral, tais crises eram locais e quase sempre reversíveis. A partir do século XI, uma dessas civilizações - a ocidental - inventou a economia de mercado, que, a partir do século XV, começou a dominar o mundo com sua expansão. O planeta foi ocidentalizado, dando origem ao que se chama de globalização. O ocidente não se chocou só com outras sociedades, mas também com a natureza.

Vivemos hoje uma crise ambiental sem precedentes no Holoceno e na história da vida. Crise de proporções globais e talvez irreversível. Essa crise se manifesta pelas mudanças climáticas derivadas de atividades econômicas; pelo empobrecimento da biodiversidade; pela aceleração dos ciclos de fósforo e nitrogênio; pelo uso excessivo e pela contaminação da água doce; pela acidificação e pela poluição dos oceanos; pela poluição do ar e do solo; pela destruição dos ecossistemas florestais; pela grande produção de objetos plásticos descartáveis; pela impermeabilização dos solos e pela construção de grandes cidades que invadem áreas de risco em elevações, em margem de rios e orla dos oceanos.

Mantendo a economia de mercado no atual ritmo de aceleração, a crise vai se manifestar cada vez com mais intensidade, como se viu em 2021 no círculo polar antártico, no centro-sudeste do América do Sul, nos Estados Unidos e no Canadá, no noroeste da Europa, na Grécia e na Turquia, na Sibéria, na China e no Japão. Ocupando parte da Europa, Galícia não está livre de catástrofes causadas por uma economia globalizada, como já se pode ver com relação às oscilações climáticas, ao transbordamento de rios e ao avanço do mar sobre a zona costeira.

A economia de mercado tem alguns alternativas, assim como um automóvel em alta velocidade em direção a um precipício: seguir adiante e cair no abismo; afundar o pé no freio de forma repentina, provocando capotagem ou frear o veículo com suavidade para mudar de rumo.   

02/08/2021  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

TEMPESTADE NO DESERTO

Arthur Soffiati             Não me refiro ao filme “Tempestade no deserto”, dirigido por Shimon Dotal e lançado em 1992. O filme trata da ...