sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

APAGUE A LUZ SE FOR CHORAR


                                                                 Arthur Soffiati

São poucas as informações que tenho de Fabiane Guimarães. Ela tem pouco mais de trinta anos e é jornalista. Escreveu alguns contos e lançou em 2021 seu primeiro romance. Gosto de acompanhar livros iniciais de um autor. Eles sempre podem nos enganar. Há autores que começam bem e não conseguem manter o sucesso inicial e há autores que não são felizes em sua estreia, mas se firmam depois. Fabiane inicia sua trajetória de romancista com o pé direito em seu “Apague a luz de for chorar” (Rio de Janeiro: Alfaguara, 2021). Ela desenvolve duas histórias paralelas: a de Cecília e a de João, ambos médicos veterinários que não se conhecem. Ela volta a Pirenópolis, sua cidade natal, porque seus pais morreram juntos com parada cardíaca. Uma vizinha deles a aborda e levanta a suspeita de assassinato duplo, embora delegado e médico sustentem o contrário e digam que a vizinha é meio louca. João, por sua vez, tem um filho pequeno com paralisia cerebral. A mulher e mãe os abandonou. Ele trabalha num centro de zoonoses doando animais domésticos ou os sacrificando.

Para Cecília, aparece um meio-irmão resultante de um breve caso do pai com uma amazonense. A autora encaminha o romance de modo tal que o leitor antecipa o final. O assassino é o meio-irmão, que ela considera mentiroso e oportunista. Ela se encontrará com João e ficará com ele. O que surpreende é um final imprevisível. É de se esperar que a escritora se afirme como mais uma voz feminina em nossa literatura. Mais uma voz que vem do novo centro-oeste do Brasil. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

TEMPESTADE NO DESERTO

Arthur Soffiati             Não me refiro ao filme “Tempestade no deserto”, dirigido por Shimon Dotal e lançado em 1992. O filme trata da ...